domingo, 28 de fevereiro de 2010

Amor de praia sobe a serra?!

Carla pretendia passar a semana de carnaval em São Paulo com Marcos, seu ex-namorado. A situação, porém, não favorecia a ambos. Por que motivos comemorariam juntos, se nem juntos estavam? A saudade era grande, mas a dúvida pairou quando recebeu um convite para ir a Cajaíba, ilha próxima a Paraty – RJ. Em meio a problemas de estratégia sobre sua hospedagem e bagagem, listou os prós e contras: seria melhor ficar em casa, ainda que sozinha, ou acampar com os amigos?

“O Rio de Janeiro continua lindo” era o que ouvia. Cajaíba seria semelhante a grandes cidades como São Paulo, ou Rio de Janeiro? Se for, tem que valer, pensou.

Após horas na estrada e outras mais navegando, chegou cansada. Logo viu que não seria uma viagem comum, como se vai a Santos, por exemplo. Exausta e sem ânimo, deu uma olhada em sua volta: sol, mar, areia, e apenas isso. Sentou e ficou. Pensava consigo mesma onde fora parar. O que iria fazer sem transporte para se locomover de uma praia a outra? Sem supermercado para comprar comida, e, além de tudo, sem conseguir expressar sua frustração devido à falta do telefone celular que não pegava?!

Logo reconheceu seus amigos e fixou-se na barraca de um deles. Ao longo do tempo percebeu que ali era lugar dos carnavalescos refugiados. Aqueles que queriam, justamente, se livrar do caos das comemorações festivas do carnaval nas grandes cidades. Ali, pelo contrário, as pessoas dormiam e acordavam cedo. Tomavam banho no lago e faziam luau à noite. Não era tão difícil de adaptar.

A caminhada para que seu celular funcionasse era de quilômetros equivalentes à uma hora e meia de trilha. Entre idas e vindas, Carla foi se estimulando à prática, e aos poucos começou a gostar da sensação de estar em contato com a natureza. Tinha vontade de expressar sua felicidade.

Até que conheceu Roberto, um músico que adorava encenar piadas. Era essa forma que arranjara para divertir os dois ou três que os acompanhavam até o mirante.

“Carla, é nossa caçula?!”

“Faço vinte em março, tá!”

“Vou propor uma música…”

Roberto fazia com que todos se sentissem integrados, porém, em alguma conversa aleatória, percebeu que comentava com um sobre alguém de fora:

“Ela cozinha pra mim. É atenciosa, e tal, mas não sei…”

Carla sabia que, ficando à frente de Roberto durante as caminhadas, chamaria sua atenção. Assim como toda mulher, sabia fazer com que ele a visse. Que homem não observaria?

Na real, ela já o conhecia. Roberto também pertencia à turma, e frequentava seu condomínio quando mais jovem. Como se esquecer de alguém que sua amiga de infância achava um gato? Os dois, porém, nunca haviam conversado. Felizmente o amor dela era platônico.

Não precisou de muito para que iniciassem uma conversa:

“Sei que te conheço. Você mora no ‘Varandas’, certo?”

“Também te conheço. Estava esperando você falar, rs. Você frequentava meu condomínio. Mas como se lembra de mim?”

“Não sei, apenas lembro”

Carla não precisou disfarçar sua felicidade. Estava bem à vontade. Aos poucos os dois trocavam olhares e até carinhos disfarçados.

Após os telefonemas, cada um seguia seu rumo, exceto os dois. Nadavam, comiam, iam ao luau, e até dividiam copos de vodca e alguns cigarros. Quando um queria voltar, o outro acompanhava. Às vezes os amigos iam junto.

Certa noite, ficaram conversando durante horas em frente a suas barracas. Rolou o clima. Carla imaginava que Roberto namorava, por isso não demonstrou diretamente que queria. Mas a troca de olhares não enganava. E ela esperava alguma manifestação. Não houve. Momentos depois foram dormir.

Na manhã seguinte, o procurou.

“Sabe de Roberto?” Perguntou à amiga.

“Pegou o barco das nove. Mas, olha, o Marcos te ligou.”

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Amores e Amizades

Costumo dizer que quem escreve seus males espanta. Ao invés de cantar, hobbie que também me inspira, preferi poupar minha garganta. Dessa vez minha dedicação vai àquelas (sim, vou defender e superestimar as mulheres) que ainda sofrem por amores passados. Acho que chegou a hora de eu mostrar o que aprendi durante o tempo que martelei, e martelei em ter você de volta. Pelo visto não sou a única que publica seus anseios, suas lembranças, e também não faço questão em ser. Sabe por quê?! Eu acho muito legal ler as experiências dos outros, e além disso, penso que com toda essa dedicação, caminhamos para o consenso de entendimento às mulheres, registrado por toda rede online. Agora paro e penso: Será que todas as mulheres induzem às mesmas aflições? De repente sim, ou de repente, acabo de descobrir que, ao meu lado, tenho companhias que caminham nos mesmos passos que eu. Não é a primeira vez que recebo um presente desses, e, geralmente, estes costumam permanecer comigo por toda vida. Tenho exemplos.

Minha melhor amiga tem minha idade e em alguns meses descobriu sua gravidez. Quantas vezes não passamos horas no telefone discorrendo sobre a vida, e, no dedilhado das experiências não falamos sobre a irresponsabilidade de alguém engravidar na nossa idade? Até que veio a surpresa. Fiquei com certo medo. Em toda tregetória de nossa amizade, tudo o que acontecia comigo, ela refletia, e em seguida acontecia com ela; e vice-versa. Também achei que estava grávida, e não só achei como senti o aumento de peso. Isso durou uns dois meses, bem no comecinho de sua gestação. Quando me toquei que eu estava preparando o terreno para ela; ou seja, aceitando o filho antes dela mesmo. Bobagem pensam alguns. Felizmente, hoje ela está com lindos quatro meses, e eu, continuo com os sessenta.

Meu outro exemplo é alguém que teme em se identificar. O motivo eu ainda não sei, mas sei que desde quando a conheci, nossos mundos se cruzaram. Bom, para ser bem sincera eu havia esquecido desse blog. Ultimamente tenho tido tanto no que pensar, que pouco senti amor, paixão ou qualquer coisa parecida. Consigo enxergar a diferença dos tempos anteriores, que minhas mãos só conseguiam digitar seu nome porque meus pensamentos só se voltavam à você. Tudo bem, confesso que senti sua presença em alguns momentos, de modo que me gerou inquietação. Até recorri ao SMS, mas, como sempre, foi em vão. Se eu te conheço bem, dessa vez é você que está preparando o terreno para um dia nos encontrarmos. Queria muito me certificar que a terra estará fértil para reatarmos nosso compromisso, já que o amor nunca morreu. Claro que me esforço para não pensar nisso, pois não quero me iludir; mas como já dizia Marcelo Camêlo: "Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer". A carapuça serve aos sentimentos.

Esse ano me favoreceu tanto. As vibrações rumam ao meu crescimento profissional, no sentido de compartilhar conhecimento, obter referências, conhecer lugares, pessoas. É o momento que me desvirtuo daquele único e antigo pensamento que não me levava a lugar algum. E aconteceu de repente, como uma necessidade que todo mundo carece, mas que poucos conseguem identificar. É por isso que, quando penso em você, também penso que esse tempo está servindo para que eu tenha algo a lhe mostrar futuramente.

Tudo bem, me redimo ao possível sentimentalismo dos homens, vai. Embora dissesse que não, tenho que admitir que, se meus pensamentos permeiam tais formações, é porque fui bem recebida quando os formulei. Não os fiz sozinha. Além disso, conheci outros homens que, ao contrário do que as mulheres dizem, são sensíveis sim. Posso incluir à minha lista de prerrogativas meu ídolo Fabio Hernandez, seus procedentes, e o querido amigo Alberto GPO, fundador do blog filosofia do dia a dia. E a lista tende a aumentar, eu espero. Diante deles, peço a vocês mulheres, que procurem pensar que os homens são seres humanos como nós, e que podem estar tendo o mesmo pensamento que vocês tem em relação à eles, à vocês! A única dificuldade que temos, geralmente, é: demoramos a dar-nos conta de que nunca iremos saber o que eles sentem, porque não constumam se manifestar. Os nomes que citei acima são exceções nesse sentido. E por falar em outros homens, quem disse que não podemos nos apaixonar novamente? Quem disse que em outros relacionamentos não podemos acrescentar coisas que, anteriormente, por qualquer motivo, nem notaríamos que existiam?!

Portanto, à querida amiga que teme em se apresentar, eu dedico esse post.
E Parabéns pelo blog!







domingo, 11 de outubro de 2009

Percebi que meu blog só tem posts que se referem a sentimentos, envolvimentos, a relação entre os dois. Hoje vou publicar um trecho do artigo O Caos no terrível reino das mães, do psicanalista Sérgio Telles, que encontrei no blog da Revista Bravo! , postado pelo Armando Antenore:

"Por que temos medo das mulheres?"

"No inconsciente o homem possui dois motivos para temer a mulher. O mais recente em termos de desenvolvimento é justamente a castração, cujo terror é evocado pela visão do genital feminino. O outro motivo do temor que a mulher inspira no homem é mais arcaico e não é o medo da castração, e sim o medo da aniquilação, da morte. Tal medo decorre das vivências muito precoces adquiridas pela criança no contato com uma mãe imaginada como detentora de um poder absoluto, arbitrário e imprevisível, ao qual o bebê está completamente exposto em seu desamparo. É uma ímago terrorífica da mãe, a mãe má, o seio mal de Melanie Klein, a mãe bruxa, aquela que povoa o 'terrível reino das mães' na concepção de Goethe no Fausto, expressão cuja pertinência não passou desapercebida a Freud."

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Filosofia extra-conjugal


Noite turbulenta, contatos inesperados, eu só queria um pouco de tranquilidade.
Parece que quanto mais profunda essa busca pela paz de espírito, mais a fundo se cava o buraco.
Incrível isso, não?!
Ontem em uma conversa extremamente essencial para meu desenvolvimento pessoal e afetivo, descobri que nem sempre é possível ouvir a todos, e às vezes nem sempre se deve ouvir somente a si... O importante é extrair o necessário, nem mais, nem menos, apenas o que sua capacidade permitir. O esforço de nada vale se não é praticado com carinho e dedicação. E cada um conhece suas limitações.
Estou cheia de trabalho, de cobrança e de insegurança, nada mais natural que me apegar aos conselhos que recebo. Só que às vezes, a cobrança é imposta por mim mesma, a insegurança é apenas a consequência da minha falta de capacidade. Trabalhar é natural e serve para me desviar de pensamentos desnecessários (ou não), além do que me ensina a viver, a enxergar o mundo como realmente é. Não me contento com o que tenho. Mas não vôo muito longe. "Melhor me dedicar no processo, do que no resultado. Afinal, o resultado é só uma ínfima parte do que já foi conquistado"
"Prefira ser honestamente superficial do que falsamente profundo" (o que não significa ser menos inteligente ou sensível). Essa foi a conclusão de algumas horas de conversa, deitados na cama, saboreando a verdadeira essência da vida.
Ainda bem que, parecidos e profundos, somos honestos um com outro.
Te amo, meu amor




domingo, 24 de maio de 2009

Tudo que vai, volta

Ultimamente tenho ouvido algumas histórias bem parecidas com as minhas. Pessoas que se apaixonam, sofrem de amor (aquele sofrer gostoso, mesmo), se decepcionam, e continuam levando a vida até que suas experiências se tornem apenas histórias.
Diante disso, algumas não se dão por vencidas. Tentam se reenvolver com o antigo amor até se certificarem definitivamente de que valem (ou não) à pena. 

Para as eternas apaixonadas a minha dica é a seguinte: mesmo que vc ainda não tenha vivido esse reencontro, não viva buscando por ele. Faça o contrário, ao invés de tentar consertar os erros do passado, tente entender o porquê de tê-los cometido. É incrível como, naturalmente, as respostas aparecem, e pouco-a-pouco o discernimento vai se constituindo. Não é fácil, não. É doloroso, é profundo, parece até que é eterno, mas pode ter certeza que não passa em branco. 

Hoje aprendi que para todas as dificuldades existirão consciências experientes que iluminarão nosso caminho. Às vezes a visão do coração não alcança, por isso que falhamos. Outras (muitas) vezes só daremos conta da gravidade do caso no tempo em que, a possibilidade de estar ao nosso alcance é ínfima.

Peço que os "cabeças-dura" cedam um pouquinho mais e tentem se colocar na situação inversa.
Isso serve tanto para os homens, quanto para as mulheres. 

beijos

PS: Bru, obrigada pela inspiração. E lembre-se: "vc está a um passo da evolução!" rs


terça-feira, 21 de abril de 2009

"Ao se aproximar, vi o seu olhar, já me derreti, já enlouqueci"

Esse post refere-se à um sentimento antigo, e específico. Que permanece.

Tenho 2 opções:
Ficar e esperar, ou correr até sua casa, que não é nada perto, e me declarar.
Será que o tempo de esperar será maior do que o que enfrentarei para chegar até aí? Posso tentar?
Vc é lindo. Muito mais do que qualquer outra pessoa que já conheci na vida.
Vc é cheiroso, aconchegante, carinhoso, dócil, e quando se aproxima, dá pra sentir o seu calor. Me arrepia inteira.
O beijo de despedida soou mais como um convite do que como um adeus. Ele permaneceu estampado no meu rosto até secar.
Vc é refrescante, me sacia, me hidrata, me equilibra. Sem vc eu passo mal, meu corpo seca, pede socorro. Sem suas mãos, minha cintura fica fria e minha garganta implora pra que volte.
Você é metade perdida. Ora, se a vida é feita para que cada um encontre sua metade, eu já posso morrer. Se a exigência divina para alcançar o céu é encontrar a luz, nos seus olhos eu a encontrei.
Vc me ilumina
Vc me irradia
Juntos brilhamos forte.
Ah, o amor...
Será mesmo que é amor? Ou uma paixão acolhedora?
Só sei que me entreguei!

"Incrível é a força que as coisas parecem ter quando são para acontecer" - tirada de algum lugar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Refletindo

Uma coisa é certa: Quanto mais trabalhamos para que as energias fluam, tanto mais estaremos progredindo para alcançar nossos objetivos. Quando paramos pela metade, ou deixamos de lado nossas tarefas, mesmo que só por algum tempo, para realizar outra que também tem sua importância, quando voltamos para cumprir, o processo é mais árduo e duradouro.. Os pensamentos voltam a ser os mesmos de antes, como se estivéssemos ainda no começo, e só à partir dele começamos a redefinir. às vezes tomamos um caminho completamente diferente do que tomaríamos se estivéssemos na situação onde a tarefa fosse concluída em seu tempo planejado. Se estivéssemos sido entregues a ela, e ido até o fim.
A conclusão é que, às vezes, a possibilidade de nos perdemos no meio do caminho e a chance de nossos pensamentos, e também os sentimentos voltarem - não é bem voltarem pois nada volta , mas permanecerem intactos, quando a vontade é fazer com que eles sumam - ou se transformarem de maneira mais intensa, é grande, e bem mais cabível na situação em que ela sempre foi colocada, que você é inesquecível. Imprescindível no pensamento...
Espero poder alcançar meu fim pois é o que eu desejo...porém, se há uma única, se quer, distinção entre a cabeça e o coração, é aqui que ela se insere...
Sinto sua falta ..

Eu juro que eu não sei porque minhas lembranças se fazem tão presentes em alguns momentos. Não entendo porque você ressurge assim, do nada. Porque sonho contigo, porque minhas mãos congelam, minhas pernas ficam trêmulas, e porque tenho vontade de chorar quando sinto seu cheiro..
Se há explicações, por favor, me socorram.